Quando João Major morreu no chifre de um cuiabano
A viúva Dona Inácia ajoelhou no chão chorando
Nesta lida tão infame tenho um filho inclinando
Mas nem Deus que é poderoso há de cortar os meus planos
O dinheiro compra tudo, ele há de ter estudo
Pra ser seu doutor fulano
Pra não contrariar sua mãe e com bem dor de coração
O rapaz tirou a espora e pendurou lá no galpão
Meu filho na sociedade terá boa educação
Não lhe faltará dinheiro pra cumprir sua missão
Seja tarde ou seja cedo, terá um anel no dedo
Invés de um laço na mão
Depois que o moço foi embora seis anos tinha passado
Os fazendeiros vizinhos vivia tudo alarmado
Um bando de desordeiro vinha ali pra roubar gado
Atravessavam o rio pra vender no outro estado
Igual a palma da mão, esse bando de ladrão
Conhecia aqueles lados
Com mais de cem peão armado a polícia reuniu
E fizeram uma tocaia na outra banda do rio
O cerco foi tão perfeito nem um bandido fugiu
Dona Inácia com a notícia de satisfação sorriu
Tomara que o delegado, surre de laço dobrado
Esse bando de vadio
Nisso bate a sua porta todo afobado um peão
O doutor diz pra senhora ir prestar declaração
A viúva nem por sonho desconfiou da situação
Mas chegando na cadeia deu um grito de aflição
É que seu filho adorado, lá estava encarcerado
Da quadrilha era o chefão
Dava pena a gente ver aquele tão triste quadro
A viúva entre as grades abraçando o filho amado
Aconteça o que acontecer estarei sempre a teu lado
Tanto dinheiro eu gastei pra te fazer um homem honrado
Meu orgulho Deus quebrou, invés de um filho doutor
Formei um ladrão de gado